A redução da jornada de trabalho será tema de uma audiência pública no Senado Federal hoje, segunda-feira, 5 de maio de 2025, a partir das 9h, será realizada pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) e faz parte de um ciclo de debates sobre a criação de um Estatuto do Trabalho, proposto por diversas entidades.
O objetivo é discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/2025, da deputada Erika Hilton (Psol-SP), que propõe a redução da jornada de trabalho semanal de 44 para 36 horas. Essa discussão ocorre em um momento em que o tema ganha força, inclusive com manifestações no Dia do Trabalhador e declarações do Presidente Lula favoráveis ao debate.
De acordo com pesquisas recentes, a maioria da população brasileira apoia a redução da jornada de trabalho. Um levantamento do Instituto Nexus, divulgado no final de abril de 2025, revelou que 65% dos brasileiros são favoráveis à redução da jornada de trabalho semanal. O apoio é ainda maior entre os mais jovens (76% entre 16 e 24 anos) e entre as mulheres (68%).
Outra pesquisa, do Datafolha de dezembro de 2024, indicou que 64% dos brasileiros defendem o fim da escala 6×1, um regime de trabalho com seis dias de trabalho por um de descanso, e que 82% consideram ideal uma jornada diária de 8 horas.
Os principais benefícios apontados pela população para a redução da jornada incluem a melhoria na qualidade de vida, o aumento da produtividade, o desenvolvimento social e o desenvolvimento econômico do país. Muitos acreditam que ter mais tempo livre permitiria dedicar-se mais à família, cuidar da saúde e até mesmo gerar renda extra.
Apesar do apoio popular, o debate sobre a redução da jornada de trabalho também envolve discussões sobre os potenciais impactos na economia, nos custos para as empresas e na geração de empregos. Alguns estudos apontam para possíveis perdas no PIB e aumento da informalidade, enquanto outros defendem que a medida pode estimular o consumo e, consequentemente, a economia.