“Eminências pardas” nomeações técnicas e forasteiros

Artigo Cidade Política

Por José Luiz Martins

Em Ourinhos a história se repete,  Lucas Pocay também distribuiu e manteve nomeações  definidas apenas por critérios políticos. A prática de destinar posições estratégicas a indivíduos indicados por parceiros políticos, muitas vezes sem a devida qualificação técnica, tem implicações diretas sobre a governança em termos de eficiência, integridade e transparência na estrutura administrativa da prefeitura.

Tido como “eminência parda” só que, com cargo de confiança de primeiro escalão na “equipe” de  Guilherme Gonçalves e Alexandre Zóio na prefeitura, Álvaro Costa Vieira apelidado Kaká o forasteiro deixou a administração municipal onde atuava como Secretário Municipal de Governo.

Estranho para 99,9% dos eleitores ourinhenses, importado da cidade de Ferraz de Vasconcelos onde foi vereador e não se reelegeu,  Kaká é aliado do deputado federal bolsonarista Rodrigo Gambale, liderança do Podemos em Brasília.  O partido de Guilherme Gonçalves que mantém estreitíssimas relações com o deputado um dos principais financiadores de sua campanha à prefeitura juntamente com o usineiro Kiko Quagliato.

Por “obrigações” com Gambale o prefeito de Ourinhos acomodou o fiel escudeiro do deputado em um dos cargos (com salário de R$ 8.934,00) mais cobiçados na administração por sua relação direta junto ao gabinete para assessorar diretamente o prefeito no desempenho de suas funções.

Promessas eleitoreiras

Desde então a nomeação vinha sendo criticada por opositores e até aliados do prefeito que não cumpriu a  promessa de campanha de não nomear pessoas de fora de Ourinhos para cargos na prefeitura, que as nomeações seriam estritamente técnicas e até com servidores municipais concursados.

A exoneração está publicada em Diário Oficial de Ourinhos de  sexta-feira (04), e segundo versão extra oficial, a demissão foi a pedido do próprio Kaká após entreveros com o procurador do Município o advogado André Melo e, anteriormente, um “desentendimento” com o então Secretário de Finanças, Leandro Moraes (exonerado), expondo uma disputa de poder interna ligada à influência do deputado Gambale entre outras desconformidades .

Pitacos, ingerências e terceirizações

Foram muitos os rumores de que o ex-secretário supostamente tentou interferir em conjunturas políticas, convênios e celebração de contratos direcionando-os para terceirizações, como o serviço de merenda escolar, atividade desenvolvida por servidores e de responsabilidade da prefeitura.

A Secretaria de Governo tem um papel de articulação e coordenação entre as diversas secretarias. Portanto, é possível que ele estivesse ciente ou envolvido nas discussões sobre a possível terceirização da merenda, que ganhou força em fevereiro e março de 2025.

As notícias da época indicavam uma crescente preocupação com a possibilidade de terceirização, levantada por cozinheiras e pela comunidade escolar. A falta de uma confirmação ou negação clara por parte do prefeito alimentava esses rumores no período em que a possível terceirização da merenda estava em discussão..

Boca de Siri

Entre versões e boatos nada ficou devidamente às claras. As motivações da demissão de Kaká e  também outras 3 exonerações de cargos do primeiro escalão da “gestão” Guilherme Gonçalves não foram esclarecidas e continuam misteriosamente ocultas.

Não há informações públicas oficiais por parte do prefeito detalhando as razões que justificassem as exonerações. Tão pouco de Leandro Moraes ex-secretário  de Finanças;  Carmen Lucia Pereira Machado ex-secretária de Educação e Latinha  ex-secretário de Esportes e agora o Secretário de Governo Kaká. Todos teriam dito apenas  que deixaram os cargos por vontade própria.

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