Escritórios de contabilidade cobram solução para travamento no sistema e-CAC da Receita Federal

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Escritórios contábeis de todo o país estão enfrentando sérios problemas para acessar o Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) e o eSocial. As dificuldades começaram após a recente implementação da autenticação em duas etapas para acessos via certificado digital.

A principal queixa é a nova exigência de autenticação em duas etapas no portal gov.br, que agora é obrigatória também para quem usa o certificado digital para acessar o e-CAC. Segundo os profissionais da área, essa mudança tem dificultado o uso do sistema, que é essencial para as atividades fiscais e contábeis.

De acordo com a Receita Federal, a medida foi determinada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) para aumentar a segurança digital e evitar fraudes. No entanto, a nova regra foi implementada sem um período de transição, causando instabilidade e atrasos em diversas operações realizadas no e-CAC.

A situação tem gerado prejuízos significativos para a rotina dos escritórios, prejudicando atividades cruciais como o envio de declarações, a emissão de documentos fiscais, a regularização de pendências e o acompanhamento de processos tributários.

“O GOV.BR, e-Cac, e-Social, literalmente pararam no tempo…”, afirma Valdinei José de Souza, contador e sócio da SOTECO.BR Assessoria Contábil Empresarial de Ourinhos e presidente da Associação das Empresas de Serviços Contábeis de Ourinhos – ASSESCO.

Segundo Valdinei, o acesso às plataformas gov.br, e-CAC da Receita Federal e eSocial está quase impossível. “Desde a última sexta-feira, 29/8/25, a instabilidade vem prejudicando o trabalho dos contadores, que, com suas equipes, dependem do acesso aos dados dos contribuintes para a execução das rotinas diárias. A incapacidade das plataformas em atender em datas ou horários de pico, como em prazos de entrega de obrigações acessórias, principalmente na esfera do governo federal, é um problema recorrente”, desabafa.

O contador destaca que a falta de estabilidade “não é de hoje” e prejudica a economia como um todo, afetando o acesso de cidadãos e empresas a serviços essenciais. “Processos de licitação, transações financeiras… tudo é impactado. Isso gera insegurança, perda de tempo e desmotiva novos investimentos no país”, explica.

Valdinei também expressa sua preocupação em relação à Reforma Tributária: “Diante dessas instabilidades sistêmicas, assusta pensar que o governo pretende implantar o Split Payment, um mecanismo de pagamento no qual o valor de uma transação é automaticamente dividido entre o vendedor e o fisco no momento da compra. Não vejo viabilidade técnica para a implantação dessa medida sem que antes se possa garantir a eficácia das plataformas que já operam há anos”, alerta o profissional contábil que enviou e-mails para órgãos do governo (Casa Civil, Receita Federal, FALA BR) e para representantes de classe como FENACON e CRC e SESCON SP.

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