Fintechs investigadas por ligação com o crime organizado supostamente atuaram na difusão de desinformação sobre a suposta taxação do Pix. Segundo fontes do Banco Central e da Receita Federal, essas plataformas tinham interesse em barrar a instrução normativa que ampliaria o monitoramento de transações suspeitas. Com informações do colunista Guilherme Amado, no PlatôBR.
Com base nessas informações o deputado mineiro Rogério Correia (PT) protocolou ontem na PGR, uma representação contra Nikolas Ferreira (PL-MG) por ter espalhado a fake news sobre o PIX no dia 14 de janeiro de 2025. O caso é grave e envolve risco ao sistema financeiro e até favorecimento indireto ao PCC segundo Correia.
A representação pede que a PGR investigue 4 crimes: divulgação de informação falsa sobre instituições financeiras; favorecimento indireto à lavagem de dinheiro;
obstrução de investigações contra organizações criminosas; possível associação ao tráfico de drogas.
As informações dão conta de que as empresas supostamente apoiaram financeiramente a circulação do vídeo do deputado Nikolas Ferreira no qual ele afirmava que o Pix seria taxado. A gravação alcançou mais de 200 milhões de visualizações e acabou levando o governo a revogar a norma que previa o envio de informações de movimentações de clientes pelas fintechs.
De acordo com Dão Real, diretor do Sindifisco, a Receita já monitorava fraudes no setor de combustíveis, mas a migração de recursos para sistemas paralelos de pagamento criou brechas de fiscalização. A tentativa de incluir as fintechs na e-Financeira, que obriga bancos a informar transações de CPF e CNPJ, foi abortada após a pressão e a onda de desinformação.
A Operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira (28/8), cumpriu 350 mandados em oito estados. O inquérito aponta que parte dos lucros do esquema de combustíveis foi lavada em fintechs e blindada em cerca de 40 fundos de investimento, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões.
Segundo os investigadores, apenas uma das plataformas investigadas movimentou R$ 46 bilhões. O caso soma-se às descobertas da Polícia Federal sobre estruturas financeiras usadas por grupos ligados ao crime organizado.
A investigação deve avançar sobre a responsabilidade das fintechs no financiamento da campanha de desinformação que travou medidas de monitoramento do Banco Central e da Receita Federal.
Fonte: DCM