Documentário de José Luiz Martins e Tatiana Oliveira
No final do século 19, com a expansão da Estrada de Ferro Sorocabana e o cultivo do café, migrantes foram avançando sertão adentro no Estado de São Paulo. Na primeira década do século passado a cidade de Ourinhos começava a se formar em terras localizadas entre os rios Pardo e Paranapanema. E foi em uma área próxima ao Rio Paranapanema onde surgiu um povoado que mais tarde se chamaria Vila Odilon.
A história desse bairro então considerado zona rural e distante da pequena cidade que se formava é a própria história da atividade ceramista em Ourinhos iniciada por volta de 1920. Os primeiros oleiros vieram da cidade de Barra Bonita ali se instalaram na localidade atraídos pela abundância jazidas e qualidade do “barro” (argila) existente na região.
Ao longo dos anos o trabalho de fabricação de tijolos e telhas iniciado por várias famílias foi continuado por outras gerações de oleiros que deixaram uma grande marca na economia do município, na cultura dos trabalhadores e moradores do bairro também conhecido como a “vila das chaminés”.
Foram décadas de uma atividade promissora que com o tempo, de um processo basicamente artesanal dos oleiros, o trabalho foi sendo facilitado e incorporado pelas máquinas se transformando definitivamente em indústria cerâmica.
Entre as décadas de 1970 e 1980 Ourinhos foi considerado um dos principais polos ceramistas do estado chegando a ter cerca de 60 cerâmicas e olarias. A partir dos anos 90 a atividade foi perdendo força e hoje se restringe a apenas uma dezena de empresas produzindo telhas e tijolos de argila.